Atualmente fala-se muito em limites: como impor, como educar. De todos
os estudos e reflexões sobre limites na educação dos filhos, uma coisa é
consensual: nossos filhos estão cada vez mais distantes da convivência familiar.
Ou assistindo TV, na internet, no vídeo game ou cumprindo uma extensa agenda (
na maioria das vezes o problema está nas coisas artificiais). E os pais, cada vez mais fora de casa
também, lutando pela sobrevivência, preocupados em não perder tempo,
trabalhando, estudando para que a família tenha uma vida melhor.
Para que possamos colocar limites nos nossos filhos, precisamos ter nossos
próprios limites internalizados. É aquela história: a gente dá o que tem.
Quem não tem limites, não tem como colocar limites para o outro.
Hoje, muitas vezes, pediu, ganhou. Não se conquista
nada, tudo passou a fazer parte do direito deles como filhos e nosso dever como
pais. Muitas vezes compensamos o filho por nossa ausência.
Os filhos hoje, não podem ser frustrados, não sabem esperar, não se sentem
realizados, estão sempre insatisfeitos.
A falta de limites afeta diretamente o desenvolvimento das dimensões da
administração do tempo (desejo, espera, ação ética...).
Os pais precisam saber e os filhos também:
·
Os pais precisam falar a mesma linguagem (um não
pode invalidar o outro, senão, o filho esperto, usa isso em seu favor)
·
O que é meu direito
·
O que é um privilégio
·
Quais os princípios da minha família ( o que rege a
família, onde essa família quer chegar, seus valores, em quê acredita...)
Isso se aprende no dia-a-dia, nas conversas do cotidiano, à medida que
as coisas acontecem, ou numa oportunidade criada...
É preciso mostrar ao filho a consequência de suas escolhas: quando se erra
o alvo, perde-se um privilégio. Mas o filho precisa saber qual é o alvo,
como acertar. Precisa saber que as consequências podem ser maiores ou
menores, que certas perdas são reversíveis, que determinados privilégios podem
ser reconquistados.
Disciplina X castigo
·
Castigo: bloqueia-nos
para a vida, não educa, deixa a auto-estima lá em baixo, estimula a violência,
a perversão, o engano...
·
Disciplina: faz-nos crescer,
ser uma pessoa melhor, um cidadão, desenvolve a auto-estima, a ética, o senso
de justiça.
Uma coisa é castigar, outra, disciplinar. Castigar, qualquer um pode, disciplinar
é um trabalho longo, moroso, que exige antes de tudo muito amor...
Nenhum comentário:
Postar um comentário